Em um mundo cada vez mais digital, a cibersegurança tornou-se uma preocupação central para empresas de todos os tamanhos. Com o aumento exponencial de ameaças cibernéticas, muitas organizações precisam fortalecer suas defesas, e dois dos pilares mais importantes nesse cenário são os Serviços Gerenciados de Segurança (SGS) e os Centros de Operações de Segurança (SOC). Embora ambos desempenham papeis essenciais na proteção de dados e sistemas, suas funções são distintas e complementares.
A analogia medieval: o castelo, as torres e os soldados
Uma maneira útil de entender as diferenças entre SGS e SOC é pensar em termos de estruturas militares.
A base: Representa a empresa, com seus sistemas, dados e operações críticas que precisam ser protegidos.
As torres de vigilância: Representam o SOC. Elas servem para monitorar continuamente o ambiente ao redor do castelo, identificando qualquer sinal de perigo. No contexto moderno, isso significa vigiar a rede, os dispositivos e os sistemas de uma organização em busca de ameaças cibernéticas.
Os soldados e a manutenção: São os Serviços Gerenciados (SGS). Eles garantem que as muralhas estejam em boas condições, que os portões possam ser fechados com segurança e que as ferramentas de defesa estejam sempre preparadas para uma possível invasão.
Agora que estabelecemos essa analogia, vamos detalhar as principais diferenças e papeis de cada um desses serviços.
O que é o SOC?
O Centro de Operações de Segurança (SOC) é, essencialmente, o "olho vigilante" da cibersegurança dentro de uma organização. Ele é composto por uma equipe de profissionais dedicados a monitorar, detectar, analisar e responder a incidentes de segurança em tempo real. No modelo de castelo medieval, o SOC seria a grande torre de vigilância, observando o horizonte para identificar ameaças iminentes.
Funções principais do SOC:
Monitoramento em tempo real: O SOC vigia a rede da organização 24 horas por dia, 7 dias por semana, procurando sinais de atividades suspeitas ou maliciosas. Isso inclui o uso de ferramentas automatizadas que analisam grandes volumes de dados.
Detecção de ameaças: Quando uma atividade anormal é identificada, o SOC é o primeiro a reagir. Ele aciona os sistemas de alerta e as equipes de resposta a incidentes já tomam as medidas apropriadas.
Resposta a incidentes: O SOC trabalha em conjunto com as equipes de resposta, ajudando a conter e mitigar os ataques em andamento, enquanto investiga a origem e a natureza da ameaça.
Análise de incidentes e inteligência de ameaças: Após lidar com um ataque, o SOC realiza uma análise detalhada do incidente para entender o que ocorreu, como ocorreu e o que pode ser feito para evitar incidentes futuros.
Vantagens do SOC:
Reação rápida: Como o SOC está constantemente monitorando o ambiente, ele pode reagir rapidamente a ameaças em tempo real.
Customização: Um SOC interno pode ser ajustado de acordo com as necessidades específicas da organização, conhecendo a fundo a infraestrutura e as particularidades do negócio.
Monitoramento contínuo: A vigilância constante permite que o SOC identifique ameaças imediatamente, muitas vezes antes que causem danos significativos.
O que é o SGS?
Os Serviços Gerenciados de Segurança (SGS) são uma solução terceirizada para manter as defesas de uma empresa sempre em funcionamento e atualizadas. O SGS é uma equipe especializada que atua para garantir que os sistemas de defesa, como firewalls, filtros de e-mail, IPS - Intrusion Prevention System, entre outros, estejam sempre operacionais e configurados corretamente. No contexto da analogia medieval, os SGS seriam os soldados e engenheiros encarregados de garantir que as muralhas do castelo estejam sempre bem cuidadas e prontas para resistir a qualquer ataque.
Funções principais do SGS:
Manutenção contínua das defesas: O SGS gerencia e mantém as ferramentas e sistemas de segurança, garantindo que estejam sempre atualizados e em pleno funcionamento.
Aprimoramento da postura de segurança: O SGS não apenas mantém os sistemas em funcionamento, mas também realiza auditorias e ajustes constantes para garantir que as defesas sejam otimizadas para enfrentar novas ameaças.
Gerenciamento de vulnerabilidades: Um dos papéis mais críticos do SGS é a identificação e correção de vulnerabilidades que possam ser exploradas por atacantes.
Monitoramento de segurança: Embora o foco do SGS não seja a detecção de ameaças em tempo real, ele realiza monitoramentos preventivos e rotinas de segurança que permitem identificar pontos fracos antes que sejam explorados.
Relatórios e conformidade: O SGS também é responsável por fornecer relatórios detalhados sobre o estado da segurança e garantir que a organização esteja em conformidade com as regulamentações de segurança cibernética aplicáveis.
Vantagens do SGS:
Especialização: O SGS é composto por especialistas que lidam com múltiplos clientes e têm uma vasta experiência em diferentes cenários de cibersegurança. Isso lhes permite trazer uma perspectiva mais ampla e soluções já testadas em outras organizações.
Proatividade: O SGS atua de forma preventiva, garantindo que as ferramentas e sistemas estejam preparados para enfrentar ameaças antes mesmo que elas ocorram.
Custo-benefício: Para empresas que não podem arcar com os custos de manter uma equipe interna de cibersegurança, o SGS oferece uma solução terceirizada mais acessível e eficiente.
Escalabilidade: O SGS pode crescer de acordo com as necessidades da empresa, ajustando os serviços conforme a infraestrutura ou o escopo de proteção aumenta.
Diferenças principais entre SOC e SGS
Embora ambos os serviços sejam essenciais para a cibersegurança, eles possuem funções diferentes e complementares.
Foco: O SOC é focado na detecção e resposta a ameaças em tempo real, enquanto o SGS é responsável pela manutenção e otimização contínua das defesas.
Natureza das operações: O SOC é mais proativo, conta da criação antecipada das regras de detecção, que chamamos de casos de uso, identificando ameaças à medida que surgem e respondendo a elas. Já o SGS adota uma abordagem mais neutra, garantindo que as defesas estejam sempre atualizadas e operacionais.
Escopo: O SOC tende a se concentrar no monitoramento e resposta a incidentes dentro da organização. O SGS tem um escopo mais amplo, abrangendo a manutenção de sistemas de defesa e conformidade regulatória.
Recursos: O SOC exige um alto investimento em tecnologia e pessoal especializado para operar eficientemente. Já o SGS pode ser terceirizado, o que reduz a necessidade de recursos internos.
Quando escolher SOC, SGS ou ambos?
A decisão de adotar um SOC, SGS, ou ambos dependerão do tamanho da empresa, da criticidade dos dados e sistemas, e da capacidade interna de gerenciar a segurança.
SOC: Ideal para grandes empresas que precisam de monitoramento constante e têm os recursos para manter equipes internas, externas e até mesmo híbridas.
SGS: Recomendado para empresas que não possuem uma equipe interna de segurança robusta, mas querem garantir que suas defesas estejam sempre em dia.
SOC + SGS: A combinação de ambos é a solução mais completa, pois permite que a organização tenha vigilância constante (SOC) e uma manutenção contínua e especializada de suas defesas (SGS).
Conclusão
A proteção cibernética é um processo contínuo e complexo. O SOC e o SGS desempenham papéis cruciais, mas distintos, na segurança de uma organização. O SOC, como uma torre de vigilância, monitora e reage a incidentes em tempo real. Já o SGS, como os soldados do castelo, garante que as defesas estejam sempre preparadas para enfrentar as ameaças. Trabalhando juntos, esses dois serviços formam uma defesa eficaz contra as ameaças cibernéticas que continuam a evoluir e se tornar mais sofisticadas.
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