Como o ChatGPT afeta a cibersegurança
Desde o fim do ano passado, uma nova ferramenta de inteligência artificial virou um dos temas mais comentados da internet. Lançado em novembro de 2022 pela OpenAI, o ChatGPT tornou-se o produto tecnológico com a adesão mais rápida da história, atraindo 100 milhões de usuários em apenas dois meses.
Essa rápida adoção também levantou uma série de dúvidas sobre o ChatGPT, como, por exemplo, o que faz a ferramenta, como funciona e quais riscos para traz a cibersegurança de usuários e empresa.
Abaixo, as respostas para algumas das principais perguntas sobre o ChatGPT:
O que é o ChatGPT?
O ChatGPT, ou Chat Generative Pre-Trained Transformer, nada mais é do que um robô virtual, ou chatbot, que responde a perguntas e comandos simples feitos pelos usuários para criar textos que parecem ter sido escritos por um humano.
Entre os formatos de textos que podem ser realizados estão receitas de bolos, roteiros de viagens, letras de raps, discursos de casamento e até críticas literárias em quase 100 idiomas, incluindo o português.
O sucesso rápido da plataforma se deu pela qualidade do conteúdo feito pela ferramenta, muito superior à de qualquer outro chatbot. Nesses poucos meses de funcionamento, o ChatGPT surpreendeu muita gente ao conseguir, por exemplo, ser aprovado em testes.
Se a ferramenta fosse um aluno, ela já teria passado na prova feita por jovens americanos para se tornarem médicos e em um teste de MBA da prestigiada Wharton Business School, da Universidade da Pensilvânia.
Como o ChatPT funciona?
Em termos mais aprofundados, o ChatGPT é uma ferramenta de processamento de linguagem natural que usa inteligência artificial (IA) e machine learning (aprendizagem de máquina) para criar textos minimamente coerentes e lógicos.
Uma das estratégias usadas é chamada fine-tuning, ou “ajuste fino” na tradução literal para o português. Com ela, o modelo de linguagem é capaz de prever quais serão as próximas palavras usadas na hora de escrever um texto, encontrando padrões por meio de tentativa e erro.
Outra técnica se chama transformer, que usa um algoritmo de machine learning especializado em processamento de linguagem natural. Esse algoritmo analisa diferentes partes dos comandos que você enviou para a plataforma, analisando palavras por separado e não sequencialmente como no fine-tuning.
O ChatGPT é confiável?
A ferramenta agradou tanto que a OpenAI, fundada em 2015 por Sam Altman e Elon Musk, empresário bilionário dono da Tesla e mais recentemente do Twitter, já fechou um acordo de parceria de US$ 10 bilhões com a Microsoft. A ideia é integrar a tecnologia ao mecanismo de busca da Microsoft, o Bing—os testes já começaram.
Essa repercussão fez o Google acelerar na criação da sua própria ferramenta de escrita por inteligência artificial. O chatbot inteligente Bard realizou seu primeiro teste no começo de fevereiro. No entanto, na sua primeira demonstração ao público, a ferramenta apresentou uma informação errada.
O episódio só aumentou a desconfiança de especialistas e usuários sobre o quanto é possível confiar em plataformas como essa e o quanto elas podem ser usadas para disseminar informações erradas e fake news.
No caso do ChatGPT, a plataforma usa como informações para a criação de novos textos uma gigantesca base de dados offline que, na versão disponibilizada até agora, só vai até 2021. É aí que se encontra o primeiro problema. Muitos dos textos criados com a ferramenta apresentam informações erradas ou desatualizadas.
Segundo a própria OpenAI, também é possível que haja inconsistências nas informações e alguns erros nas estruturas gramaticais em textos feitos com a ferramenta devido ao tamanho da base de dados usada, com conteúdos de todos os tipos, qualidades e origens na internet.
Por causa disso, muitos experiências controversas já vieram à tona, apontando que textos escritos com a ferramenta são altamente enviesados e acabam reproduzindo informações racistas, sexistas e homofóbicas. Não é a primeira vez que tecnologias que usam inteligência artificial são acusadas disso.
Quais os riscos do ChatGPT para a cibersegurança?
Em pouco tempo de funcionamento, especialistas de segurança da informação já começaram a alertar sobre possíveis ameaças de cibersegurança envolvendo o ChatGPT.
A empresa Netskope Threat Labs, por exemplo, descobriu que ferramentas de escrita impulsionadas por inteligência artificial têm um grande potencial de ajudar no desenvolvimento de malware, auxiliando programadores novatos a escrever códigos maliciosos.
A empresa testou sua teoria pedindo para que a ferramenta explicasse como funcionam algumas técnicas rotineiramente usadas para o desenvolvimento de malware. A ferramenta acabou escrevendo códigos em diversas linguagens, como ASM, Python e C + +, e explicou como eles funcionariam na vida real.
Os especialistas apontaram que o chatbot não tem a capacidade de escrever malware novos e do zero e que ainda existem outras maneiras mais rápidas de se aprender a escrever códigos maliciosos. No entanto, à medida que o ChatGPT avança e se desenvolve, esse cenário pode mudar.
Atualmente, o maior risco para a cibersegurança que o ChatGPT parece apresentar é o de facilitar ataques de engenharia social, criando, por exemplo, textos para phishing. Com a plataforma, criminosos podem escrever rapidamente e sem muito esforço textos chamativos para emails e notícias falsas nos quais é possível colocar links e arquivos maliciosos.
Por isso, para se proteger de ameaças cibernéticas provenientes da plataforma, vale reforçar os conselhos dados para evitar ataques comuns de phishing:
Evite clicar em links e baixar arquivos incorporados em emails e mensagens instantâneas por aplicativos.
Desconfie de mensagens de contatos desconhecidos com textos genéricos ou que ofereçam promoções e oportunidades boas demais para ser verdade.
Mesmo que tenha recebido mensagem de amigos ou familiares, tenha cuidado ao clicar em links. Essas pessoas podem ter sido enganadas ou até mesmo hackeadas.
Não esqueça de ter um antivírus bom e sempre atualizado.
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